Estou com sangramento vaginal. O que pode ser?

Um dos sinais de alerta para doenças como o câncer de colo do útero é o sangramento vaginal. No entanto, para identificar uma anormalidade, é preciso caracterizar o sangramento normal. Independente do caso, essa queixa sempre precisa ser investigada.

Você sabe quais as principais causas para esse sintoma? Conhece as possibilidades de diagnóstico? Caso não, recomendamos a leitura deste post. Nele, explicaremos tudo o que você precisa saber sobre o assunto.

Quando um sangramento vaginal é anormal?

O sangramento vaginal anormal faz parte da tríade sintomática da ginecologia, que também é formada pela dor e por corrimentos vaginais. Para levantar suspeitas de algum problema, o primeiro passo é diferenciar o normal do anormal.

Ainda, na literatura médica, o parâmetro de normalidade para o sangramento é de cerca de 80 ml. Porém, essa é uma informação que não é obtida com facilidade pela paciente. Por isso, considera-se três perguntas básicas:

  • a paciente consegue permanecer três horas sem trocar o absorvente?
  • quantos absorventes são utilizados no período menstrual?
  • a paciente se levanta à noite para trocar o absorvente?

Assim, com essas respostas, o médico pode avaliar indícios de anormalidade. Posteriormente, se faz necessário investigar a origem do sangramento, que pode vir do útero, de lesões na vulva, de tumores no colo do útero, uretra, região anal e de traumas vaginais.

Além disso, algumas situações já evidenciam um problema, como, por exemplo, sangramento vaginal em meninas que não iniciaram o período menstrual, em mulheres que estão na menopausa, em gestantes ou entre as menstruações.

O que pode causar esse sintoma?

As causas de sangramento vaginal variam de acordo com a idade da paciente. Durante a infância, é provável que haja uma lesão ginecológica ou que tenha ocorrido a entrada  acidental de algum corpo estranho no interior da vagina.

Ainda, nas mulheres em idade fértil, o sangramento anômalo pode ter origem em uma disfunção ovulatória que surge em função de alterações no controle hormonal da menstruação, sendo mais frequente em adolescentes. Outras possibilidades menos comuns são:

  • miomas uterinos: são tumores benignos da musculatura do útero que dificilmente causam sintomas. Quando ocorrem, a paciente apresenta aumento no sangramento uterino durante o período menstrual;
  • adenomiose: condição que se caracteriza por focos de endometriose dentro do miométrio. Com isso, o útero aumenta de tamanho, causando irregularidade no fluxo menstrual e cólicas;
  • pólipos endometriais: são pequenos nódulos que se formam e causam sangramento vaginal fora do período menstrual;
  • desequilíbrio hormonal: quando há uma alteração nas taxas hormonais. Geralmente, esse desequilíbrio é causado pela síndrome do ovário policístico, distúrbios na tireoide ou pelo uso irregular de pílulas anticoncepcionais;
  • complicações na gestação: o sangramento anormal pode acontecer após um aborto espontâneo ou gravidez ectópica;
  • infecção nos órgãos reprodutivos: clamídia, gonorreia, vaginite e doença inflamatória pélvica são algumas das infecções que podem causar hemorragias entre as menstruações;
  • tumores malignos: os cânceres de colo do útero, de vagina e de endométrio têm o sangramento vaginal como um dos seus sintomas. No entanto, precisam vir acompanhados de outras características comuns, como, por exemplo, corrimento vaginal com odor desagradável.

Então, com a leitura deste post, você entendeu um pouco mais sobre o sangramento vaginal e conheceu as principais condições que podem causá-lo. Na primeira suspeita de que há algo errado, procure o seu médico para ser avaliada.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em São Paulo!

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