Popularmente chamado de câncer de útero, refere-se ao câncer de endométrio que é o tecido (membrana) que reveste a parede interna do útero. Problema bastante comum, principalmente em mulheres com mais de 60 anos.
O câncer do corpo uterino é a 6a neoplasia maligna mais frequente nas mulheres segundo o INCA, excetuando-se os tumores de pele não-melanoma. Também são considerados tumores do corpo uterino as neoplasias malignas originadas do tecido estromal do útero, sendo os principais representantes os leiomiossarcomas e os sarcomas do estroma endometrial.
Há 2 tipos de neoplasia de endométrio com diferença na carcinogênese, epidemiologia e fator prognóstico:
- Tipo 1: carcinoma endometrial do tipo endometrióide e relacionada ao estrógeno, geralmente são neoplasias de baixo grau de malignidade, originadas de hiperplasia atípica (proliferação do endométrio). Os pacientes têm como fatores de risco: obesidade, nuliparidade (não ter tido filhos), excesso de estrógeno (hormônio feminino), hipertensão arterial, diabetes.
- Tipo 2: geralmente não relacionado ao estímulo estrogênico e não originado de hiperplasia endometrial. São neoplasias de alto grau de malignidade e tipos histológicos desfavoráveis (seroso e células claras) que atingem pacientes com idade mais avançada que as pacientes com neoplasia de endométrio tipo 1.
O carcinoma de células claras, o adenocarcinoma mucinoso e o adenocarcinoma papilífero seroso são os tipos menos comuns de adenocarcinomas de endométrio. Tendem a serem mais agressivos do que a maioria dos cânceres de endométrio.
A seguir, confira mais informações sobre o câncer de útero, assim como seus sintomas, causas e tratamentos.
Quais são as causas e fatores de risco?
Não há uma causa específica que justifique o crescimento rápido e desordenado de células do endométrio, ocorre uma mutação genética no interior das células que transforma as células saudáveis normais em células anormais que escapam das defesas do organismo e se proliferam (assim como também acontece com outros tipos de câncer).
Existem, no entanto, alguns fatores de risco, que aumentam as chances de manifestação da doença. Veja alguns deles:
- Terapia estrogênica;
- Anovulação crônica;
- Uso de tamoxifeno;
- Obesidade;
- Hipertensão arterial;
- Idade: geralmente ocorre em mulheres na pós-menopausa (20% dos casos são diagnosticados em mulheres entre 40-50 anos e 5% abaixo dos 40 anos);
- Pré-disposiçao hereditária ou genética;
- Famílias com Síndrome de Lynch ou HNPCC (Hereditary Nonpolyposis Colorectal Cancer): riscos de desenvolver neoplasia extra colônica e, dentre as neoplasias, a mais comum é a neoplasia de endométrio;
- Nuliparidade (não ter tido filhos);
- Menarca (primeira menstruação) precoce e menopausa tardia.
- Diabetes Mellitus
Sintomas e diagnóstico do câncer de endométrio
O diagnóstico do câncer de endométrio é feito por meio da biópsia. A amostra de tecido endometrial pode ser obtida pela curetagem ou histeroscopia. Ultrassonografia ginecológica e exame fisico da pelve também são de grande importância.
Apesar de não ter uma recomendação para a prevenção do câncer do corpo uterino na população geral, este tipo de câncer pode ser na maioria dos casos diagnosticados no estágio inicial. Pois é uma doença com sintomas bastante significativos em estagio inicial. O quadro é de sangramento vaginal em mulheres menopausadas. Toda mulher na menopausa que apresente sangramento vaginal deve ser investigada. Em mulheres ainda não menopausadas o diagnostico é mais complexo.
Principais sintomas: o principal sintoma é o sangramento uterino anormal, ocorrendo em aproximadamente 95% dos casos. Cerca de 5% a 20% das mulheres pós menopausa, com sangramento uterino, apresentarão neoplasia de endométrio, conforme dados do AC Camargo Cancer Center.
Outros sintomas comuns são: Secreção aquosa ou com sangue muito claro, dor pélvica e dor durante a relação sexual.
E o tratamento para a doença?
O tratamento depende das características do câncer de corpo uterino e das condições de saúde da paciente. Dependendo do estágio da doença e alguns outros fatores, as principais opções de tratamento para pacientes com câncer de endométrio podem incluir a cirurgia, radioterapia, terapia hormonal e quimioterapia.
A cirurgia que além de tratamento faz parte do adequado estadiamento da doença consiste na remoção do útero (histerectomia) e retirada dos ovários e trompas, bem como linfonodos ( ínguas ) adjacentes e liquido ou lavado abdominal.
A cirurgia pode ser feita, na maioria dos casos, por via minimamente invasiva (robótica ou laparoscopia).
É muito importante e fundamental a participação do patologista no momento operatório, do oncologista clinico e do radioterapeuta no pós operatório para o adequado tratamento, determinando a extensão da cirurgia e também sua devida complementação quando necessário (adjuvância).
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