Como saber se o seu tratamento está dando resultado

O câncer ainda é uma doença devastadora, que atinge a autoestima do paciente e provoca uma grande transformação na vida dele. Mesmo que a cura seja viável (ocorre em média em 90% dos casos), é preciso dedicação para realizar tratamentos fortes e que provocam grande desgaste físico e emocional.

Todos os pacientes têm em comum a esperança de extinguir a doença e dar segmento à vida cotidiana com uma nova perspectiva. Porém, muitos questionam se o procedimento realizado está obtendo o resultado desejado e nem sempre conseguem respostas objetivas. A dúvida pode causar muita ansiedade no paciente e até mesmo prejudicar o andamento do que foi prescrito.

Como avaliar o resultado do tratamento?

Há motivos relevantes para um médico não afirmar qual o resultado de um tratamento, especialmente quando este ainda está em andamento. Assim que a doença é diagnosticada, é preciso traçar uma sequência de ações interligadas, que visem à cura ou a uma melhor qualidade de vida para o paciente.

Os objetivos das ações realizadas se definem conforme é descoberto o avanço do câncer. Se houver a possibilidade de o paciente passar por um procedimento cirúrgico, que retira parte da área contaminada ou mesmo o órgão inteiro, em seguida o paciente é direcionado para atividade complementar de quimioterapia.

A cirurgia retira o tumor e a região do entorno,  para que a quimioterapia impeça que haja um novo desenvolvimento das células defeituosas que geram o câncer. A outra opção  de uso de quimioterapia é quando a doença está localizada onde não é possível realizar uma cirurgia ou o paciente já está em processo de metástase, então ela se torna a ação principal nesse combate.

De acordo com o foco da quimioterapia, há um tipo de avaliação diferente sobre os resultados dela. Se é realizada preventivamente, após a cirurgia que extirpou o tumor, não há necessidade de uma avaliação contínua, já que a doença não está em atividade. O resultado positivo ou negativo é detectado após o fim do procedimento quimioterápico, que é todo moldado em ciclos, nos quais é feito o diagnóstico, observa-se se não há mais nenhum indício ou foco da doença ou se houve uma resistência e o tumor voltou a se desenvolver.

Mas se a quimioterapia é realizada antes da possibilidade de cirurgia, está em metástase ou a região é de difícil acesso, o paciente é avaliado a cada 2 ou 3 sessões. As avaliações dependem do tipo de câncer, mas em geral são feitos exames de sangue e de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada. Dessa forma, é possível saber se a quimioterapia está obtendo os resultados esperados,  se é para modificar a dose dela ou se deve ser avaliada outra opção.

Como é realizada a quimioterapia?

Ao pensar em câncer, o imaginário popular se direciona para o paciente sofrendo com a quimioterapia, internado, sem cabelos e tão debilitado que mal consegue se mover. De fato, a quimioterapia não é um procedimento suave e tem efeitos colaterais que podem incluir indisposição, perda de cabelos e vulnerabilidade do sistema imunológico, porém a realidade atual é outra.

Os novos quimioterápicos e medicamentos permitem que o cuidado com o paciente seja realizado em regime ambulatorial, sem precisar de internação em boa parte das vezes, e estão provocando reações muito mais tranquilas e menos traumáticas. O paciente vai ao local onde a quimioterapia será feita, inicialmente ingere remédios que evitam reações alérgicas e enjoos, para então receber os medicamentos específicos pelo sistema endovenoso na maioria dos casos.

O resultado positivo de uma quimioterapia se dá por várias formas. Se o tumor foi ressecado em cirurgia, e o paciente inicia uma quimioterapia como ação adjuvante, a única resposta positiva é que não haja recidiva, ou seja, o tumor não deve voltar a se desenvolver. Não há como saber se o câncer foi curado pela cirurgia ou pela quimioterapia.

A quimioterapia é usada também para o tratamento neoadjuvante ou de indução, que tem como finalidade receber uma resposta tumoral suficiente. É o caso de pacientes que ainda podem fazer a cirurgia, mas precisam diminuir o tumor. Ela pode evitar mutilações mais traumáticas e diminuir o grau de infiltração, com avaliações contínuas sobre as dimensões e a localização do tumor.

Já quando há metástase e a quimioterapia é o único caminho, não se pensa em cura, mas em como ampliar a qualidade de vida do paciente. A ideia é fazer com que o tumor pare de progredir ou o faça o mais lentamente possível, sendo o procedimento capaz de oferecer ao paciente a possibilidade de ter um cotidiano mais próximo do anterior e com mais chances de prolongar a vida dele.

Seja qual for o objetivo do tratamento, ele deve ser sempre bem definido logo no início do diagnóstico. Mesmo que precise mudar conforme as respostas obtidas, ainda assim, elas estarão dentro do planejamento realizado pelo médico.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em Londrina!

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