O câncer é uma das doenças que possuem a maior taxa de incidência na população como um todo, pois atinge todos os subgrupos populacionais, independente de fatores como idade e sexo. Nas mulheres, o tipo com maior incidência é o câncer de colo de útero.
No entanto, uma dúvida muito frequente é se ele atinge mais mulheres jovens do que aquelas em idade mais avançada. Neste artigo, vamos entender por que isso acontece. Acompanhe!
Incidência do câncer de colo de útero
De acordo com estudo divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer é a segunda principal causa de morte entre os adolescentes e jovens brasileiros, ficando atrás apenas das mortes causadas por fatores externos, como acidentes de automóvel e mortes motivadas por violência.
Assim, esse dado indica que, enquanto doença, o câncer é responsável pela maior quantidade de morte entre os jovens brasileiros. Trata-se de uma informação muito preocupante, pois indica que a incidência de diferentes tipos de tumores é altíssima.
Dentre os cânceres que atingem somente a população feminina, o câncer de colo de útero é o mais frequente, ficando atrás apenas do câncer de colo retal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
No entanto, quando considerados apenas os tumores que atingem o aparelho geniturinário, o de colo de útero é aquele com maior incidência. É responsável por cerca de 230 mil mortes ao ano e atinge principalmente mulheres jovens, entre 15 a 29 anos, apesar de seu risco aumentar em mulheres acima de 40 anos.
A predominância em mulheres jovens
O motivo da predominância do tipo de câncer em questão em adolescentes e mulheres jovens se justifica pela infecção pelo papilomavírus humano, o HPV. Trata-se de um vírus transmitido por via sexual, que não causa nenhum sintoma após a infecção, mas que pode levar a alterações nas células, resultando no câncer.
Dessa maneira, além de adolescentes e mulheres terem uma vida sexual mais ativa e com mais parceiros quando comparadas às mulheres com 40 anos ou mais, outros fatores influenciam na prevalência do cancro nesse público, em especial a falta de prevenção.
Atualmente, existe no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina para o HPV, recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, capaz de proteger o organismo contra a infecção pelo vírus, mas que infelizmente possui pouca adesão desse público, devido majoritariamente à falta de informação de pais e responsáveis.
A ida ao médico com baixa frequência é outro motivo que justifica a alta incidência e o grande índice de mortalidade, pois exames ginecológicos preventivos como o Papanicolau são capazes de detectar o cancro em seu estágio inicial.
Por fim, devido ao maior número de parceiros sexuais, mulheres adolescentes e jovens estão expostas a diversos tipos do vírus HPV, o que pode criar uma infecção mais resistente e um câncer de colo de útero também mais resistente ao tratamento.
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