Receber um diagnóstico de câncer, de qualquer tipo que seja, é um grande choque para qualquer pessoa. No entanto, em mulheres que desejam engravidar, esse choque é ainda maior, pois temem que o tratamento possa afetar a fertilidade, especialmente nos casos em que a doença surge no sistema reprodutivo, como o câncer de ovário.
Esse tipo de câncer corresponde a cerca de 4% de todos os casos de tumores malignos entre a população brasileira, e é o oitavo tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, ou seja, sua taxa de incidência é relativamente alta.
Tratamento para o câncer de ovário
O grande problema desse tipo de câncer é que, diferente de outros tipos de cancros do sistema reprodutor feminino, a exemplo do câncer de colo de útero que é facilmente identificado por um do Papanicolau, esse tipo de câncer tem sintomas muito parecidos com os de uma dor abdominal. Além disso, trata-se de uma região que é pouco acessível, mesmo diante da realização de exames.
Isso significa que, quando é diagnosticado, na grande maioria dos casos o tumor já se encontra em estágio avançado, pois é agressivo e pode apresentar metástase de forma rápida e apenas em alguns raros casos descoberto por “acidente” em exames ginecológicos de rotina . No entanto, mesmo diante disso, o número de mortalidade por esse tipo de câncer caiu muito nas últimas décadas, e com o tratamento adequado é possível levar uma vida normal e, dependendo do caso, manter a fertilidade.
Isso porque o tratamento do câncer que surge no ovário exige a retirada do tumor e, claro, do ovário. No entanto, dependendo do caso e com o diagnóstico precoce, é possível retirar apenas um ovário, fazendo com que o outro permaneça, mantendo a capacidade reprodutiva da mulher.
Contudo, essa lógica não se aplica em casos mais avançados, pois a cirurgia exige a retirada dos ovários, trompas, útero, parte do tecido que cobre o estômago e intestino e os linfonodos formados ao redor. Nesse caso, a fertilidade da mulher é afetada.
Portanto, falamos infelizmente de uma exceção, na grande maioria dos casos deve-se recorrer a métodos alternativos à gravidez convencional.
Alternativas à gravidez
Mesmo que haja a retirada de grande parte do sistema reprodutivo da mulher para o tratamento do câncer de ovário, existe uma série de alternativas para que ela ainda assim consiga gerar um filho que tenha seu DNA.
Antes de o tratamento ser iniciado, é possível lançar mão de técnicas como o congelamento do ovário, o congelamento do embrião e mesmo da transposição ovariana para que seja possível fertilizar o óvulo posteriormente. Os avanços nessa área são atualmente imensos e existem grandes profissionais dedicados exclusivamente a essa área.
Assim, o câncer de ovário não implica necessariamente infertilidade, pois, mesmo nos casos mais graves, a mulher ainda pode gerar um filho. Por isso, é necessário fazer consultas e exames periódicos para garantir que qualquer problema seja identificado e tratado tão cedo quanto for possível.
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