Receber o diagnóstico de câncer já é, por si só, um momento de grande impacto. Mas quando esse diagnóstico vem durante a gestação, ele se reveste de camadas ainda mais profundas de emoção, preocupação e dúvidas.
Se esse é o seu caso — ou de alguém próximo — quero começar este texto dizendo: você não está sozinha. Há caminhos possíveis, seguros e respeitosos tanto para a saúde da mãe quanto do bebê.
Câncer e Gravidez: é possível cuidar de ambos
É natural imaginar que essas duas palavras — câncer e gravidez — não possam coexistir. Mas a verdade é que podem, sim. Com os avanços da medicina, cada vez mais mulheres conseguem realizar tratamentos eficazes durante a gestação e dar à luz bebês saudáveis.
O tipo de câncer mais comum diagnosticado nesse período é o de mama, mas outros também podem ocorrer, como câncer de colo do útero, linfomas e leucemias.
Diagnóstico: quando tudo acontece ao mesmo tempo
Na gravidez, muitas alterações no corpo são vistas como “parte do processo gestacional”. Nódulos mamários, cansaço extremo, inchaços — tudo isso pode ser confundido com sintomas comuns da gestação.
Por isso, ao perceber algo fora do habitual, especialmente mudanças persistentes ou progressivas, é importante investigar. O pré-natal é um momento estratégico para a detecção precoce.
Tratamento com segurança e personalização
O tratamento depende de diversos fatores: o tipo de câncer, o estágio da doença, o tempo de gestação e a saúde geral da mãe.
Em muitos casos, é possível iniciar ou continuar o tratamento durante a gravidez com segurança. Alguns tipos de quimioterapia, por exemplo, podem ser utilizados com relativa tranquilidade a partir do segundo trimestre. Já outras abordagens, como radioterapia ou cirurgias, são avaliadas caso a caso.
A palavra-chave aqui é individualização. Cada plano de cuidado deve ser cuidadosamente discutido entre oncologista, obstetra, pediatra e, claro, a própria paciente e sua família.
Cuidar da mente também é essencial
O impacto emocional desse diagnóstico é profundo — e não deve ser ignorado. Medo, culpa, ansiedade, tristeza e até raiva são sentimentos comuns. O suporte psicológico é um pilar importante nessa jornada, tanto para a mulher quanto para seu parceiro ou rede de apoio.
Lembre-se: você tem direito ao cuidado integral. Cuidar da sua saúde mental também é uma forma de proteger o bebê.
O que você precisa saber — e lembrar:
- Gravidez e tratamento do câncer podem coexistir.
- Cada caso é único e o planejamento é sempre feito com foco no bem-estar da mãe e do bebê.
- Você não está sozinha. Equipes multidisciplinares estarão com você em cada etapa.
- Informação é poder. Quanto mais você entender seu diagnóstico, mais preparada estará para tomar decisões ao seu lado médico.
Se você — ou alguém que ama — está vivendo essa experiência, respire fundo. Há caminhos, há cuidado, e há esperança.
Estou aqui para acolher, informar e cuidar.
Conte comigo.
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