Até poucas décadas atrás, a incidência de câncer em mulheres grávidas configurava casos raros e isolados. No entanto, com as mulheres engravidando cada vez mais tarde, as ocorrências aumentaram de forma considerável nas últimas décadas, se tornando cada vez mais comuns. Dentre eles, um dos mais comuns é o câncer ginecológico.
Incidência do câncer ginecológico na gravidez
De acordo com pesquisa realizada em 2015 por especialistas da PUC de Goiás, os cancros com maior incidência nesse público-alvo são os de mama e de colo de útero, que representam cerca de 50% de todos os casos. Já os de ovário e de cólon ocorrem com uma incidência significativamente mais baixa.
A boa notícia, no entanto, é que o tratamento do câncer pode ser feito mesmo durante a gravidez, não devendo ser adiado por causa da gestação. Isso ocorre porque são utilizadas drogas que não causam nenhum dano ao feto, como a má-formação. Assim, o tratamento é seguro para o bebê e aumenta as chances de cura da mãe, pois quanto mais cedo for diagnosticado e tratado, melhores são os resultados.
No entanto, para que o tratamento ocorra da forma mais segura possível, é necessário tomar alguns cuidados.
Cuidados no diagnóstico e tratamento
1. Métodos de diagnóstico
O primeiro cuidado que a gestante e a equipe médica devem ter é em relação às formas de detecção da doença. Os exames de imagem que podem ser utilizados para o diagnóstico, como o ultrassom e a mamografia, expõem a paciente à radiação ionizante e, mesmo que os riscos sejam mínimos para a mãe, o feto pode ser prejudicado.
Dessa maneira, é necessário utilizar o avental de chumbo para a proteção da região da barriga da gestante, evitando que o feto seja exposto à radiação.
2. Tratamentos escolhidos
O início do tratamento também deve obedecer algumas regras. A quimioterapia, mesmo quando realizada com drogas que não prejudicam o feto, só pode começar a ser realizada depois de três meses de gestação, isto é, depois do primeiro pré-natal.
No entanto, a radioterapia, método também empregado em larga escala no combate à doença, incluindo no câncer ginecológico, não é recomendada durante o período gestacional.
3. Acompanhamento multidisciplinar
Outro cuidado de extrema importância diz respeito ao trabalho do obstetra em conjunto com o oncologista. Eles vão fazer o acompanhamento de forma a controlar o tumor até o nascimento da criança, pois só aí poderão realizar procedimentos mais radicais.
Vale ressaltar que a cirurgia, dependendo do tipo de tumor, pode ser realizada mesmo durante a gravidez, mas quem poderá determinar ou não sua possibilidade de realização é a equipe médica.
Por fim, o nascimento do bebê deve ser programado e ocorrer por meio de cesariana, pois permite que o obstetra tenha maior controle sobre o parto. Mulheres que estão realizando o tratamento do câncer ginecológico podem engravidar, desde que o aparelho reprodutor não tenha sido comprometido pelo tratamento.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em Londrina!