A cirurgia de câncer de ovário, a depender da evolução da neoplasia, é imprescindível no tratamento da doença, porque também ajuda a reduzir o volume do tumor, principalmente nos episódios de retorno da neoplasia.
Nesse sentido, o procedimento cirúrgico é realizado de acordo com o quadro de cada paciente, uma vez que, no estágio inicial em alguns casos, é possível tratar sem remover o útero e os ovários.
Então, por que a Angelina Jolie retirou as trompas de falópio e os ovários, antes mesmo de desenvolver a doença?
Ao The New York Times, a estrela de Hollywood disse ter sido uma medida preventiva, já que possui uma mutação no gene BRCA1, que, consequentemente, aumenta o risco de surgimento da enfermidade.
Com o propósito de esclarecer alguns pontos fundamentais a esse respeito, preparei este artigo sobre a cirurgia de câncer de ovário, vamos lá?
Como saber se você faz parte do grupo de risco?
Posso dizer que esse é um dos tipos de câncer difíceis de ser diagnosticados e, por conseguinte, um dos mais letais, visto que os sintomas normalmente aparecem nos estágios finais.
Apesar disso, a consulta regular com o ginecologista e a atenção a determinadas características ajudam a se detectar o problema antes de ele se manifestar. Então, só para exemplificar, você também precisa observar outros indícios:
- idade: maior incidência em mulheres após 40 anos, sobretudo depois da menopausa;
- obesidade: índice de massa corporal superior a 30;
- genética: mutações nos genes BRCA1 e BRCA2;
- fatores reprodutivos e hormonais: mulheres que não tiveram filhos, infertilidade e menopausa tardia;
- histórico familiar: cânceres no colorretal, no ovário e na mama.
A remoção prévia dos ovários evita o câncer?
Anteriormente, apresentei o exemplo da Angelina Jolie e, com base nos esclarecimentos dela, mostrei o porquê de ela ter optado pela cirurgia de remoção dos ovários e das trompas de falópio.
Assim como a atriz de Hollywood, outras mulheres também lançam mão do mesmo recurso, pois, em função do risco e da gravidade, essa alternativa acaba sendo a mais apropriada.
Apesar disso, devo dizer que a medida profilática, denominada de ooforectomia, não oferece 100% de garantia.
Em outras palavras, ela não nos dá a certeza de que o paciente está imune à manifestação da doença posteriormente. Afinal, a evolução do tumor, inegavelmente, está condicionada a outros fatores, como a genética, por exemplo.
Quais são os tipos de cirurgia e os procedimentos?
Antes de mais nada, devo dizer que o cirurgião pode, por exemplo, optar pelo estadiamento (ocorre na fase inicial, quando não houve tratamento ainda), pela redução do volume ou pela remoção do tumor, dada a gravidade da situação. Assim sendo, conheça alguns procedimentos.
Retirada de um dos ovários
Na fase inicial, são removidos a trompa de falópio e o ovário afetado. Contudo, depois disso, a mulher ainda pode ter filhos.
Remoção geral dos ovários
A técnica é recomendada quando os 2 ovários são atingidos. No caso, a trompa de falópio também é retirada, mas o útero é mantido, permitindo à mulher engravidar por meio de inseminação artificial.
Extração do útero e dos ovários
Nesse tipo de operação, são removidos o útero, os ovários e os gânglios linfáticos. Logo, a capacidade de reprodução fica comprometida, impossibilitando a gravidez.
Supressão de órgãos comprometidos
No estágio avançado, quando a doença já se espalhou pelo corpo, o cirurgião remove os órgãos atingidos ou parte deles (baço, fígado, intestino).
Quando a cirurgia de câncer de ovário é necessária?
Certamente, a gravidade do tumor determinará se a cirurgia de câncer de ovário é ou não necessária, e, de certo modo, o cirurgião apresentará a melhor alternativa ao paciente. Portanto, o diagnóstico é o 1º passo a ser dado, uma vez que ele ajudará na descoberta do estágio da neoplasia.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em Londrina!