O câncer de esôfago, como o próprio nome sugere, é um tumor que acomete o esôfago, uma espécie de tubo condutor dos alimentos, que vai da garganta ao estômago. Essa neoplasia é considerada rara e tem como principais fatores de risco o tabagismo e o refluxo não-controlado.
Quando se fala em câncer de esôfago, se faz necessário mencionar que ele apresenta quatro estágios distintos. No estágio I, o tumor é confinado à camada superficial do órgão, no estágio II ele está presente em camadas mais profundas ou compromete linfonodos, no III ele invade regiões ainda mais profundas e invade órgãos vizinhos, já no IV a expansão atinge linfonodos e órgãos distantes, como pulmão, ossos e fígado.
Entre seus sintomas estão a dificuldade para engolir os alimentos, dores no peito, indigestão, azia, perda de peso involuntária, rouquidão e tosse. Vale destacar que o câncer de esôfago é uma condição séria, que requer atenção e cuidados especiais. A boa notícia é que existe tratamento, sendo que a abordagem terapêutica geralmente mais eficaz é a cirurgia para remoção do tumor.
Por falar em cirurgia, que tal descobrir como é o pós-operatório desse tipo de procedimento cirúrgico.
Como é a cirurgia?
Antes de conversarmos especificamente sobre os cuidados pós-operatórios, é importante falar brevemente sobre a cirurgia. Em poucos casos (apenas tumores pequenos e superficiais), o procedimento é endoscópico e menos agressivo. A maior parte dos casos demanda a cirurgia radical, pois os tumores invadem camadas mais profundas da parede do esôfago,
A cirurgia radical remove não só a lesão, como uma porção sadia do esôfago, a fim de obter uma margem de segurança. Esse procedimento recebe o nome de esofagectomia e pode ser complementado (ou não) com outras abordagens terapêuticas. Cumpre salientar que quando a cirurgia está contraindicada por motivos como dificuldades técnicas ou o paciente não está em boas condições clínicas, o tratamento se baseia em quimioterapia combinada com radioterapia.
Em algumas situações específicas é necessário reduzir as dimensões do tumor antes que o paciente se submeta à operação. Para que ele continue se alimentando, o esôfago costuma ser reconstruído com tecidos do estômago ou intestino.
Como é a recuperação?
A cirurgia pode ser realizada por técnica aberta ou minimamente invasiva, conforme a necessidade de cada caso. Trata-se de uma operação complexa e de grande porte, que requer a participação de uma equipe experiente e altamente capacitada. Justamente por conta do tamanho e complexidade do procedimento, o paciente não é liberado rapidamente.
Se tudo correr bem, o tempo de internação varia entre 10 e 14 dias, sendo que o retorno às atividades normais se dá entre 4 e 6 semanas. Esforços físicos intensos devem ser evitados por, no mínimo, 60 dias.
Quais são os cuidados pós-operatórios?
Ao ser transferido para o quarto, depois de 2 ou 3 dias na UTI, o paciente poderá levantar e caminhar devagar, sempre com o auxílio de outra pessoa. Nas primeiras vezes em que fizer isso, é normal que sinta tontura ou tenha náuseas e vômitos. Ainda assim essa movimentação é fundamental no pós-operatório.
O período também envolve medicação para dores leves, moderadas ou fortes. Além disso, a alimentação inicialmente será líquida e evoluirá para pastosa e branda no decorrer dos dias seguintes.
Como fica a vida pós-cirurgia?
Como todo procedimento cirúrgico, a esofagectomia pode acarretar riscos e efeitos colaterais, como reações anestésicas, hemorragia ou complicações pulmonares. O paciente operado pode ter alterações na voz ou na deglutição.
No começo, quem se submete ao procedimento pode levar um tempo maior para esvaziar o estômago, o que provoca náuseas e vômitos. Vale lembrar que são possibilidades, não regras. Há pacientes que não apresentam um efeito colateral sequer.
Quer saber mais sobre câncer de esôfago? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em São Paulo!