Como é a vida após a retirada dos ovários?

A retirada dos ovários é um procedimento utilizado para tratar ou evitar o câncer de ovário. A ooforectomia, como é chamada, se tornou mais conhecida após ter sido realizada pela famosa atriz americana Angelina Jolie.

No entanto, a realização deste procedimento pode trazer tanto benefícios quanto prejuízos para a vida da mulher. Neste post, explicaremos quais os impactos que essa decisão tem para o dia-a-dia das pacientes.

O que leva a retirada dos ovários?

A ooforectomia é um procedimento realizado principalmente para o tratamento do câncer de ovário. Contudo, também é indicado para tratar cistos ovarianos. O procedimento pode remover apenas um ou os dois ovários.

Além disso, a cirurgia também é recomendada para a prevenção de neoplasias. Porém, o procedimento só é indicado após a realização de exames que confirmem a malignidade do tumor.

Outra condição que pode levar a retirada dos ovários é a torção desses órgãos. Geralmente, o problema é provocado pela presença de um cisto grande no órgão, modificando sua posição, comprimindo os vasos sanguíneos e provocando a necrose de um dos ovários.

Por fim, a ooforectomia também está sendo adotada como profilaxia para o câncer de mama, principalmente para mulheres com risco substancial da doença. Entretanto, não existe consenso sobre o uso preventivo desta cirurgia, pois tem efeitos danosos sobre a saúde.

Quais as consequências da ooforectomia?

A remoção dos ovários provoca importantes alterações hormonais nas mulheres, causando sintomas comuns à menopausa. Isso porque o organismo passa a ser privado dos hormônios produzidos por esses órgãos.

Com isso, a paciente pode apresentar ressecamento vaginal, calores, redução da libido, problemas de memória, além de ficar mais suscetível a doenças cardíacas, depressão e ansiedade. 

Ainda, com a ausência da principal fonte de estrogênio, a paciente precisará realizar a terapia de reposição hormonal. Porém, essa é uma medida controversa, pois é um fator de risco conhecido para o câncer ginecológico.

Além disso, a retirada dos ovários antes da menopausa dobra a taxa de perda de densidade mineral óssea nas mulheres, em comparação com aquelas que não realizaram o procedimento. Dessa forma, há um risco maior de desenvolver osteoporose.

Outrossim, os efeitos colaterais da ooforectomia podem ser atenuados através do uso de medicamentos não hormonais, como, por exemplo, aqueles que aumentam a resistência óssea e aliviam o desconforto da menopausa.

Quais os benefícios de realizar a ooforectomia?

Apesar de todo o prejuízo que pode trazer para as mulheres, o procedimento reduz o risco de câncer de mama e de ovário, principalmente quando realizado a partir dos 40 anos. Ademais, caso a doença já esteja instalada, a cirurgia também aumenta a taxa de sobrevida.

Ainda, a ooforectomia pode trazer benefícios para as mulheres que sofrem com a endometriose. Isso porque elimina o ciclo menstrual e, consequentemente, evita a evolução do quadro e reduz a dor.

Enfim, a realização da cirurgia de retirada dos ovários deve ser considerada, principalmente para o tratamento do câncer. Pode ser vista como uma medida profilática apenas quando existir um grande risco da paciente desenvolver uma neoplasia.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em São Paulo!

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