A descoberta de um câncer é algo que muda toda a vida de uma pessoa. São longos períodos de medo, descobertas, exames, tratamentos e muita, muita determinação. Mas, a boa notícia é que passado o período de tratamento intensivo, a vida continua.
Uma pergunta muito frequente no consultório e nos vários blogs espalhados pela internet é: existe vida após o câncer ?! O que eu faço ?! E agora como vai ser ?!
Muitos pacientes chegam no consultório desanimados e com medo de um novo tumor. Talvez por isso 20% das pessoas que se curam do câncer desenvolvem algum problema emocional, como depressão, medo, síndrome do pânico e outros. Mas a maioria enxerga na cura uma nova possibilidade de realizar os seus sonhos e recomeçar.
Ajuda para recomeçar
Se antes parecia distante o sonho de mudar de carreira, terminar um relacionamento ou mudar de país, depois do câncer o paciente descobre que é forte e consegue suportar qualquer mudança. Muitos começam a colocar em prática desejos antigos, como aprender a pintar, abrir uma loja, retomar o contato com um amigo distante e até mesmo ter uma vida mais saudável.
Porém, é preciso reconhecer que ainda é preciso ter uma ajuda – recaídas e medos são normais. Por isso, é importante contar com o auxílio de um profissional especializado, como psicólogo e terapeuta ocupacional. Eles ajudarão a lidar com as próprias emoções, a processar o que é novo e a enfrentar a doença e as mudanças associadas a ela.
A abertura para o paciente falar e o trabalho em cima dos sentimentos são componentes importantes para a recuperação. Ela diminui a ansiedade, o sofrimento e melhora da qualidade de vida do paciente. E, claro, o apoio da família continua sendo essencial.
Outro aliado na volta a rotina é a atividade física. Em 2005, um trabalho publicado na revista “JAMA”, comprovou que a atividade física aumenta as chances de cura de quem teve câncer. Nele, foram estudadas 2.987 mulheres operadas de câncer de mama. Depois da cirurgia e dos tratamentos complementares (de radioterapia e quimioterapia), aquelas que passaram a caminhar por pelo menos 30 minutos, em média cinco vezes por semana, na velocidade de cinco a seis quilômetros por hora – ou fizeram exercícios equivalentes -, apresentaram cerca de 60% de redução do risco de recidiva da doença, menor mortalidade por câncer de mama e menor probabilidade de morrer por outras causas.
Acompanhamentos depois do câncer
Paralelo às atividades de volta à rotina, é preciso estar atento às consultas e cuidados médicos. Depois da cura, consultas frequentes são agendadas para a avaliação da recuperação e para o acompanhamento do estado clínico do paciente. Normalmente, estas consultas acontecem com a frequência em torno de: a cada 3 a 6 meses nos primeiros três anos, a cada 6 a 12 meses nos 2 anos subsequentes e, posteriormente, anualmente. Isso porque, quando existe, a maioria das recorrências de câncer acontece nos primeiros cinco anos após o tratamento.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em Londrina!
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