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É possível engravidar após um câncer ginecológico?

No Brasil, para o ano de 2023, foram estimados 17.010 casos novos de câncer ginecológico, representando um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2022). 

Esta condição cancerígena é a terceira maior incidente entre as mulheres, ficando atrás apenas de tumores de pele. Quer saber mais sobre o assunto? Neste texto você ficará por dentro de todas as informações mais relevantes a respeito da doença. Não deixe de ler.

Mas antes, o que é o câncer ginecológico?

Resumidamente, o termo câncer ginecológico se refere aos tumores malignos que progridem nas regiões do sistema genital feminino. No caso, endométrio, vagina, vulva, ovário e útero, sendo esses dois últimos os mais incidentes. 

Os sintomas da doença variam de acordo com o órgão acometido e com o estágio no qual a neoplasia se encontra. Ou seja, enquanto alguns manifestam sinais em estágio inicial, outros são silenciosos e só provocam sintomas em fases graves.

Quais os tipos de câncer ginecológico?

Os tumores ginecológicos envolvem muito mais áreas do que se imagina. São divididos em três tipos:

  • Câncer de ovário: O câncer de ovário é a segunda condição ginecológica mais comum em mulheres, ficando atrás somente do câncer de colo de útero. Trata-se do sétimo tipo de câncer mais comum em mulheres no mundo. O principal fator de risco é a idade, assim como não ter engravidado durante a vida e histórico de endometriose;
  • Câncer de Vulva: Cerca de 40% dos tumores originados nesta região quase sempre estão relacionados com o HPV de alto risco, assim como a idade avançada e a atrofia da vulva;
  • Câncer de Endométrio: O endométrio é o tecido que reveste o interior do corpo do útero. Sangramento pós-menopausa, obesidade e dores na pelve podem indicar câncer de endométrio; 
  • Câncer de colo de útero: O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões precursoras do câncer do colo do útero e da doença em si, é a infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV);
  • Câncer de Vagina: costuma afetar as células que revestem a parte interna da vagina, sendo na maioria das vezes resultado do agravamento de câncer em outros locais do corpo. Entre os principais fatores de risco, estão: ter mais de 60 anos, tabagismo, e infecção por HPV.

Quais os principais sintomas?

O câncer ginecológico pode ou não apresentar sintomas em estágio inicial e ter um ou mais sinais não confirma o diagnóstico. Sendo assim, é possível determinar a doença apenas após uma investigação médica. Dessa forma, quando os sintomas surgem, costumam ser:

  • flatulência;
  • perda de peso acentuada, sem estar fazendo dieta;
  • alterações na mama, como dor, secreção, nódulos, vermelhidão ou inchaço;
  • dor pélvica persistente;
  • pressão abaixo do umbigo;
  • sangramento vaginal anormal;
  • presença de feridas, bolhas e mudanças na coloração da vulva ou da vagina.

É possível engravidar após um câncer ginecológico?

A possibilidade de uma gestação de sucesso, posterior a um quadro de câncer ginecológico, será determinada de acordo com diversos fatores, como a localização da lesão, o estágio do câncer, a dimensão do tumor, o comprometimento de tecidos e órgãos, etc.

Em alguns casos, é preciso que a mulher faça a retirada total ou parcial de órgãos reprodutivos para tratar das lesões malignas. No caso da histerectomia total, por exemplo, onde todo o útero é retirado, uma gravidez posterior não será possível.

Já no caso de o câncer ter sido diagnosticado de forma precoce, de fato é possível, sim, preservar a fertilidade e traçar estratégias para gestações saudáveis. 

Por exemplo, no caso de um câncer de colo de útero inicial e a consequente retirada de parte do órgão, a recomendação é o uso de progesterona local, que estabiliza o útero, garantindo que a mulher não tenha um parto prematuro.

Enfim, o câncer ginecológico é uma doença grave, que pode ou não representar a impossibilidade de gravidez posterior à condição. Para isso, a paciente precisa fazer sua parte e manter a realização periódica dos exames preventivos. E na presença de qualquer anomalia, recomenda-se procurar imediatamente o seu ginecologista.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em São Paulo!

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