Você já ouviu falar da imunoterapia tópica? O procedimento é utilizado para combater o câncer de pele e costuma ter excelentes resultados, especialmente se for iniciado quando a doença está em estágio inicial.
O câncer de pele, como sabemos, é responsável por cerca de 33% dos casos de câncer no Brasil. De acordo com informações disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 180 mil pessoas são diagnosticadas com a enfermidade anualmente.
Nos próximos parágrafos, falaremos um pouco mais sobre o procedimento chamado imunoterapia, dando destaque principalmente à imunoterapia tópica. Se você gostaria de saber mais sobre o assunto, leia o material a seguir.
Imunoterapia: como o seu organismo pode combater o câncer
Chamamos de imunoterapia a utilização de medicamentos específicos, com o intuito de estimular o sistema imunológico do paciente e permitir que este possa destruir as células cancerígenas.
Esta modalidade de tratamento é utilizada quando estamos diante de um câncer de pele melanoma. Este, por sua vez, é um tipo mais raro de câncer, com taxa de mortalidade maior do que o câncer de pele não melanoma.
Existem alguns tipos de imunoterapia, como os inibidores do controle imunológico. Vamos por partes: o sistema imunológico, como sabemos, é responsável por “lutar” contra as células nocivas ao nosso organismo.
Para que possa fazer tal coisa, ele precisa utilizar as chamadas moléculas de controle imunológico. Estas, quando ativadas, dão início a uma resposta (que, geralmente, é combater o “inimigo”).
Em alguns casos de melanoma, as células cancerígenas utilizam as moléculas de controle imunológico – assim, se protegem de serem exterminadas pelo sistema do corpo. Para evitar que isso aconteça, são utilizados medicamentos que restauram a resposta do organismo contra as células cancerígenas.
Tais medicações, convém dizer, não são utilizadas de forma tópica, mas normalmente ingeridas. Em alguns casos, como quando o médico opta pelo tratamento com Inibidor CTLA-4, a medicação pode ser administrada por meio intravenoso.
Há ainda outras formas de imunoterapia, já que a medicina tem trabalhado incessantemente para exterminar o câncer e permitir que os pacientes não sofram com recidivas.
Abaixo, falaremos sobre a imunoterapia tópica, que é o tema principal deste artigo.
Imunoterapia tópica: entenda sobre o que se trata
Como o nome sugere, a imunoterapia tópica utiliza cremes imuno-estimulantes que, quando aplicados, incentivam as células T a destruir as células cancerígenas.
A cirurgia de retirada de lesão é normalmente a primeira opção dos especialistas. Há muitos casos, porém, em que o médico prefere, antes de submeter o paciente ao procedimento mais invasivo, tratá-lo com o auxílio de medicação tópica.
De acordo com pesquisas orientadas por Suzana Matayoshi, pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP, o creme utilizado na imunoterapia tópica mostrou-se eficaz principalmente em lesões menores que 10mm.
Além disso, a terapia mostrou efeito neoadjuvante (ou seja, diminuiu a quantidade de células cancerígenas) sobre lesões maiores que não foram inteiramente curadas.
Vale dizer, por fim, que a imunoterapia tópica possui efeito em outros casos relacionados à dermatologia, como verrugas, ceratoses actínicas, neoplasia intraepitelial vaginal, câncer de células escamosas e linfoma cutâneo.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em Londrina!