4 fatores de risco para os sarcomas

Sarcomas são tumores raros que afetam os tecidos conjuntivos (tendões, músculos e gordura) localizados entre os órgãos internos e a pele. Vale destacar que há diferentes tipos de sarcoma e a classificação depende do tecido no qual o tumor se originou. Sarcomas que se originam em músculos estriados, por exemplo, são chamados de rabdomiossarcomas. Os sarcomas originados em músculos lisos recebem o nome de leiomiossarcoma. Já os que têm origem nos tecidos gordurosos são classificados como lipossarcomas.

As regiões do corpo mais atingidas por sarcomas são as coxas, glúteos, tronco, retroperitônio, cabeça e pescoço. Entretanto, outras áreas possam apresentar essa formação tumoral. Como esse câncer é raro, não são determinados muitos fatores de risco. Entretanto, alguns aspectos, comprovadamente, podem ter influência no desenvolvimento de sarcomas. Leia o texto e confira  o que pode aumentar o risco de ter um tumor nos tecidos conjuntivos.

Sarcomas: 4 condições catalisadoras 

1. Exposição à radiação ionizante

Pessoas que já se submeteram a terapias ionizantes para tratar cânceres, como linfoma ou câncer de mama, são mais propensas a desenvolverem sarcomas. Há casos em que o sarcoma começa justamente na área do corpo que foi irradiada. Entretanto, o diagnóstico de sarcoma acontece, em média, 10 anos após a exposição à radiação. Apesar de ser um fator de risco real, menos de 5% dos sarcomas têm relação com radiação. A tendência é que esse número caia ainda mais à medida que a tecnologia avance e os tratamentos se tornem cada vez mais eficazes e seguros.

2. Sistema linfático comprometido

Danos no sistema linfático podem aumentar o risco de sarcoma. A linfa é um líquido transparente que contém  células do sistema imunológico. Esse líquido é normalmente transportado pelos vasos linfático, percorrendo todo o corpo. Quando gânglios linfáticos são danificados por radioterapia ou removidos cirurgicamente, a linfa pode acumular, resultando em um inchaço chamado linfedema. Esse processo também predispõe o surgimento de sarcomas.

3. Efeito de produtos químicos 

A exposição a substâncias químicas, como cloreto de vinila, é um fator de risco importante para o desenvolvimento de sarcoma no fígado, mas não se sabe se tem relação com os sarcomas de partes moles. 

Outros agentes químicos como o arsênico, dioxinas e herbicidas em grande quantidade possivelmente podem elevar o risco de tumores nos tecidos conjuntivos, mas essa informação ainda não foi comprovada cientificamente.

4. Síndromes genéticas

As síndromes genéticas também elevam o risco de desenvolvimento de sarcomas. Sim! Diversas condições hereditárias podem contribuir para que a pessoa apresente sarcomas de tecidos moles em algum momento da vida. 

A lista de síndromes inclui a Síndrome de Gardner, a Síndrome de Li-Fraumeni, a Síndrome de Werner, a Síndrome de Gorlin, o Retinoblastoma  e a Esclerose Tuberosa. Veja as especificidades de cada uma delas:

  • Síndrome de Gardner: causada por defeitos no gene APC. As pessoas com essa síndrome costumam apresentar pólipos no cólon e são mais suscetíveis ao desenvolvimento de tumores nessa região.
  • Síndrome de Li-Fraumeni: provocada por alterações no gene TP53, quem tem essa síndrome possui alto risco de apresentar câncer de mama, sarcomas e tumores cerebrais.
  • Síndrome de Werner: aqui o defeito está no gene RECQL2, o que pode acarretar alterações  visuais e cutâneas, além de problemas cardíacos e sarcomas de partes moles.
  • Síndrome de Gorlin:  essa síndrome é ocasionada por falhas no gene PTC e as pessoas que têm essa condição contam com um maior risco de desenvolver câncer de pele, rabdomiossarcoma e fibrossarcoma.
  • Retinoblastoma: o retinoblastoma é um tipo de tumor ocular que pode ser causado por  distúrbios no gene RB1. Tumor predominante em crianças, ele pode elevar o risco de câncer nos ossos e sarcomas, principalmente após tratamentos com radiação.
  • Esclerose Tuberosa: a esclerose tuberosa pode ser resultado de erros no gene TSC1 ou TSC2. Quem apresenta essa síndrome geralmente tem convulsões e déficit de aprendizado. Além disso, pode desenvolver enfermidades renais e sarcomas.

Vale destacar que o fator de risco corresponde à chance aumentada de contrair uma doença, mas ter um ou vários fatores de risco não é uma sentença. Muitas pessoas com sarcomas podem não apresentar nenhum fator de risco conhecido, assim como alguém que possua algum fator pode nunca vir a apresentar tumores nos tecidos conjuntivos.

Quer saber mais sobre sarcomas? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em Londrina!

O que deseja encontrar?

Compartilhe